(ENEM PPL - 2014) TEXTO I TEXTO II S Deus pode me julgar Soldado da guerra a favor da justia Igualdade por aqui coisa fictcia Voc ri da minha roupa, ri do meu cabelo Mas tenta me imitar se olhando no espelho Preconceito sem conceito que apodrece a nao Filhos do descaso mesmo ps-abolio MV BILL. Declarao de guerra. Manaus:BMG, 2002 (fragmento). O trecho do rap e o grafite evidenciam o papel social das manifestaes artsticas e provocam a
(ENEM PPL - 2014) A leitura nos tempos do e-book No s nas bibliotecas e livrarias que se encerra o conhecimento. A internet, por meio de seu infinito contedo, e atravs de sites como Domnio Pblico e muitos outros similares, demonstra as transformaes ocorridas na disponibilizao de obras literrias ou de todas as outras reas. Sites, como o citado acima, contm arquivos com textos digitalizados dos mais variados autores, dos clssicos aos contemporneos. Antes, esse contedo todo s seria passvel de consulta em suporte material. O suporte virtual, tambm conhecido como e-book, , digamos, semimaterial, pois nos pe em contato com o texto atravs do computador, mas no nos pe o livro nas mos, a no ser que queiramos imprimir o texto digital. Nossa gerao passa por um perodo de transio lento que transformar profundamente o hbito da leitura. Paradoxalmente, a alta velocidade com que se proliferam as informaes faz com que tambm seja aumentada a nossa velocidade de captao dessas informaes, ou seja, aos poucos e de modo geral a leitura vai ficando cada vez mais fragmentada. Isso j apresenta reflexos no modo como lemos os diversos textos contidos em revistas, jornais ou internet, e igualmente na produo literria contempornea. Disponvel em: www.tecnosapiens.com.br. Acesso em: 28 fev. 2012 (adaptado). A criao dos e-books oferece vantagens e facilidades para a leitura. No texto, ressalta-se a influncia desse meio virtual, sobretudo no contexto atual, pois
(ENEM PPL - 2014) Evocao do Recife A vida no me chegava pelos jornais nem pelos livros Vinha da boca do povo na lngua errada do povo Lngua certa do povo Porque ele que fala gostoso o portugus do Brasil Ao passo que ns O que fazemos macaquear A sintaxe lusada BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007. Segundo o poema de Manuel Bandeira, as variaes lingusticas originrias das classes populares devem ser
(ENEM PPL - 2014) Miss Universo: As pessoas racistas devem procurar ajuda SO PAULO Leila Lopes, de 25 anos, no a primeira negra a receber a faixa de Miss Universo. A primazia coube a Janelle Penny Commissiong, de Trinidad e Tobago, vencedora do concurso em 1977. Depois dela vieram Chelsi Smith, dos Estados Unidos, em 1995; Wendy Fitzwilliam, tambm de Trinidad e Tobago, em 1998, e Mpule Kwelagobe, de Botswana, em 1999. Em 1986, a gacha Deise Nunes, que foi a primeira negra a se eleger Miss Brasil, ficou em sexto lugar na classificao geral. Ainda assim a estupidez humana faz com que, vez ou outra, surjam manifestaes preconceituosas como a de um site brasileiro que, s vsperas da competio, e se valendo do anonimato de quem o criou, emitiu opinies do tipo Como algum consegue achar uma preta bonita?Aps receber o ttulo, a mulher mais linda do mundo que tem o portugus como lngua materna e tambm fala fluentemente o ingls disse o que pensa de atitudes como essa e tambm sobre como sua conquista pode ajudar os necessitados de Angola e de outros pases. COSTA, D. Disponvel em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 10 set. 2011 (adaptado) O uso da expresso ainda assim presente nesse texto tem como finalidade
(ENEM PPL - 2014) Cena O canivete voou E o negro comprado na cadeia Estatelou de costas E bateu coa cabea na pedra ANDRADE, O. Pau-brasil. So Paulo: Globo, 2001. O Modernismo representou uma ruptura com os padres formais e temticos at ento vigentes na literatura brasileira. Seguindo esses aspectos, o que caracteriza o poema Cena como modernista o(a)
(ENEM PPL - 2014) Se observarmos o maxixe brasileiro, a beguine da Martinica, o danzn de Santiago de Cuba e o ragtime norte-americano, vemos que todos so adaptaes da polca. A diferena de resultado se deve ao sotaque inerente msica de cada colonizador (portugus, espanhol, francs e ingls) e, em alguns casos, a uma maior influncia da msica religiosa. CAZES, H. Choro: do quintal ao Municipal. So Paulo: Editora 34, 1998 (adaptado). Alm do sotaque inerente msica de cada colonizador e da influncia religiosa, que outro elemento auxiliou a constituir os gneros de msica popular citados no texto?
(ENEM PPL - 2014) Sem flecha, na rima O grupo de rap Br MCs, criado no final de 2009, formado pelos pares de irmos (da o bro, de brother) Bruno/Clemerson e Kelvin/Charles, jovens que cresceram ouvindo hip hop nas rdios da aldeia Jaguapiru Bororo, em Dourados, Mato Grosso do Sul. Desde o comeo a gente no queria impor uma cultura estranha que invadisse a cultura indgena afirma o produtor, chamando a ateno para o grande destaque do Br MCs: as letras em lngua indgena. Expressar-se em lngua originria e fazer com que os jovens indgenas percebam a vitalidade do idioma nativo uma das motivaes do grupo. A dificuldade maior vem dos crticos, que no aceitam o fato de que a cultura indgena dinmica e sempre incorpora novidades. Mas ndio cantando rap?, tem gente que questiona. O rap de quem canta, de quem gosta, no s dos americanos avalia Dani [o vocal feminino]. BONFIM, E. Revista Lngua Portuguesa, n. 81, jul. 2012 (adaptado). Considerando-se as opinies apresentadas no texto, a indagao Mas ndio cantando rap? traduz um ponto de vista que evidencia
(ENEM PPL - 2014) Fogo frio O Poeta A nvoa que sobe dos campos, das grotas, do fundo dos vales, o hlito quente da terra friorenta. O Lavrador Engana-se, amigo. Aquilo fumaa que sai da geada. O Poeta Fumaa, que eu saiba, somente de chama e brasa que sai! O Lavrador E, acaso, a geada no fogo branco cado do cu, tostando tudinho, crestando tudinho, queimando tudinho, sem pena, sem d? FORNARI, E. Trem da serra. Porto Alegre: Acadmica, 1987. Neste dilogo potico, encena-se um embate de ideias entre o Poeta e o Lavrador, em que
(ENEM PPL - 2014) Na tirinha, o autor utiliza estratgias para atingir sua finalidade comunicativa. Considerando os elementos verbais e no verbais que constituem o texto, seu objetivo
(ENEM PPL - 2014) Voc se preocupa com sua famlia, com seu trabalho e com sua casa. E com voc? A mulher conquistou um espao de destaque no ambiente profissional, alm de cuidar da casa e do bem-estar da famlia. Acompanhada por essa mudana, tambm veio uma nova vida, com antigos hbitos tipicamente masculinos, como o estresse, a falta de tempo para se cuidar, o tabagismo e a maior incidncia de obesidade e depresso. Isso aumentou muito os casos de infarto e doenas cardiovasculares. Elas j respondem por 30% do nmero total dos casos, que matam seis vezes mais do que o cncer de mama. Cuide-se. Preocupe-se com sua sade. Visite e incentive quem voc gosta a visitar um cardiologista. Cludia, ano 52, n. 2, fev. 2013 (adaptado). Esse texto, publicado em uma revista, inicialmente aponta modificaes ocorridas na sociedade e, em seguida,
(ENEM PPL - 2014) Hipertextualidade O papel do hipertexto exatamente o de reunir, no apenas os textos, mas tambm as redes de associaes, anotaes e comentrios s quais eles so vinculados pelas pessoas. Ao mesmo tempo, a construo do senso comum encontra-se exposta e como que materializada: a elaborao coletiva de um hipertexto. Trabalhar, viver, conversar fraternalmente com outros seres, cruzar um pouco por sua histria, isto significa, entre outras coisas, construir uma bagagem de referncias e associaes comuns, uma rede hipertextual unificada, um texto compartilhado, capaz de diminuir os riscos de incompreenso. LEVY, P. As tecnologias da inteligncia: o futuro do pensamento na era da informtica. So Paulo: Editora 34, 1992 (adaptado). O texto evidencia uma relao entre o hipertexto e a sociedade em que essa tecnologia se insere. Constata-se que, nessa relao, h uma
(ENEM PPL - 2014) Mos dadas No serei o poeta de um mundo caduco. Tambm no cantarei o mundo futuro. Estou preso vida e olho meus companheiros. Esto taciturnos mas nutrem grandes esperanas. Entre eles, considero a enorme realidade. O presente to grande, no nos afastemos. No nos afastemos muito, vamos de mos dadas. No serei o cantor de uma mulher, de uma histria. No direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela. No distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida. No fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins. O tempo a minha matria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente. ANDRADE, C. D. Sentimento do mundo. So Paulo: Cia. das Letras, 2012. Escrito em 1940, o poema Mos dadas revela um eu lrico marcado pelo contexto de opresso poltica no Brasil e da Segunda Guerra Mundial. Em face dessa realidade, o eu lrico
(ENEM PPL - 2014) Sermo da Sexagsima Nunca na Igreja de Deus houve tantas pregaes, nem tantos pregadores como hoje. Pois se tanto se semeia a palavra de Deus, como to pouco o fruto? No h um homem que em um sermo entre em si e se resolva, no h um moo que se arrependa, no h um velho que se desengane. Que isto? Assim como Deus no hoje menos onipotente, assim a sua palavra no hoje menos poderosa do que dantes era. Pois se a palavra de Deus to poderosa; se a palavra de Deus tem hoje tantos pregadores, por que no vemos hoje nenhum fruto da palavra de Deus? Esta, to grande e to importante dvida, ser a matria do sermo. Quero comear pregando-me a mim. A mim ser, e tambm a vs; a mim, para aprender a pregar; a vs, que aprendais a ouvir. VIEIRA, A. Sermes Escolhidos, v. 2. So Paulo: Edameris, 1965. No Sermo da sexagsima, padre Antnio Vieira questiona a eficcia das pregaes. Para tanto, apresenta como estratgia discursiva sucessivas interrogaes, as quais tm por objetivo principal
(ENEM PPL - 2014) A escrita uma tecnologia intelectual que vem auxiliar o trabalho biolgico. como uma nova memria, situada fora do sujeito, e ilimitada. Com ela no mais necessrio reter todos os relatos este auxiliar cognitivo vem, portanto, relativizar a memria para que a mente humana possa desviar sua ateno consciente para outros recursos e faculdades. Se arriscado associar diretamente o surgimento da cincia ao da escrita, podemos, de qualquer forma, afirmar que a escrita deu impulso e desempenhou um papel fundamental na construo do discurso cientfico. O distanciamento possibilitado pela grafia no papel traz o registro das experincias e das hipteses, o conhecimento especulativo, o documentrio de comprovaes, a compilao de teorias e de paradigmas em torno dos quais as comunidades cientficas vo se agrupar. RAMAL, A. C. Educao na cibercultura: hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002. O advento da escrita como tecnologia intelectual est diretamente ligado a uma srie de mudanas na forma de pensar e de construir o conhecimento nas sociedades. A partir do texto, constata-se que, na elaborao do discurso cientfico, a escrita
(ENEM PPL - 2014) O mulato Ana Rosa cresceu; aprendera de cor a gramtica do Sotero dos Reis; lera alguma coisa; sabia rudimentos de francs e tocava modinhas sentimentais ao violo e ao piano. No era estpida; tinha a intuio perfeita da virtude, um modo bonito, e por vezes lamentara no ser mais instruda. Conhecia muitos trabalhos de agulha; bordava como poucas, e dispunha de uma gargantazinha de contralto que fazia gosto de ouvir. Uma s palavra boiava superfcie dos seus pensamentos: Mulato. E crescia, crescia, transformandose em tenebrosa nuvem, que escondia todo o seu passado. Ideia parasita, que estrangulava todas as outras ideias. Mulato! Esta s palavra explicava-lhe agora todos os mesquinhos escrpulos, que a sociedade do Maranho usara para com ele. Explicava tudo: a frieza de certas famlias a quem visitara; as reticncias dos que lhe falavam de seus antepassados; a reserva e a cautela dos que, em sua presena, discutiam questes de raa e de sangue. AZEVEDO, A. O Mulato. So Paulo: tica, 1996 (fragmento). O texto de Alusio Azevedo representativo do Naturalismo, vigente no final do sculo XIX. Nesse fragmento, o narrador expressa fidelidade ao discurso naturalista, pois